segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ele subia no pé de goiaba, não tinha medo de altura nem do bicho. Apanhava uma, duas, três frutas, não me contentava catava já logo dez, sendo que dessas a maioria tinha o maldito bicho da goiaba, mas isso não era empecilho e sim desafio...


Passava duas, quase três horas às vezes só em cima da árvore, saboreando o momento, uma coisa tão singela e deliciosa. Precisava de pouco pra ser feliz.


O corpo já não agüentava mais segurar por tanto tempo aquele molequinho magricela em cima do pé... Então ele descia, com o estômago cheio...Como era bom catá goiaba.


Chegava o final da tarde, o sol já não era tão quente, ficava ele em beira ao meio fio contemplando a visão, o sol sorria sempre e a noite caia e trazia paz.


Não tinha hora certa pra voltar pra casa, não preocupava com horário ou compromissos do dia seguinte, era o momento que importava. Vivia um dia de cada vez.


Pra ter o bastante era necessário apenas aproveitar, não havia pressão por resultados, o que havia era uma necessidade de se aventurar pra ver no que ia dar.
Então, o horário do bom sono se aproximava, leve e feliz ele ia se deitar, ajeitava com a cama sempre do mesmo jeito, e descansava o corpo, já que a mente não era “corrompida”.


Seus sonhos eram calmos e sem muita pretensão, na maioria das vezes refletia seu dia a dia, tão agitado, mas pouco corrido.


As suas verdadeiras preocupações era o dever de casa, tão simples de fazer, mas tão chato.
Na escola, ele agitava, nem se preocupava se ia repetir de ano ou não, e sempre deixava pra passar de ano no último bimestre.


Acreditava ele, que sua cidade vivia infestada de seres de outros planetas, raças maliguinas e que devia os deter a qualquer custo, então, tudo era motivo pra ele acreditar que salvaria as pessoas dos perigosos seres...(hauahuahuaa).


Seus dias buscavam por mistério, até que ele inventava histórias, aquilo dava certa emoção e sobre naturalidade.


A idade que tinha nada tinha a ver com a pureza dos fatos, em volta haviam coisas chatas a se ver, a se pensar, mas ele preferia manter o foco no que fazia ele ser feliz e livre.


Lembro dele dizendo que quando fosse adulto queria abrir uma loja e vender tudo de graça, talvez isso demonstrasse a vontade de fazer caridade, mas claro, nem imaginava ele que isso seria improvável a não ser que ele fosse muito rico, que não foi o caso e não faz parte da realidade.


Não havia necessidade de resolver tudo, nem de fugir de tudo, a vida não era tão dura e os dias eram recheados de surpresa e criatividade.


Quando não tinha muito que fazer pegava sua magrela (bicicleta) e ia dar umas voltas, sempre observando tudo, e ele adorava quando acabava aquela chuva e toda rua ficava molhada, dava cada derrapada, era um louco, uma criança.

WolfY

Um comentário:

  1. Ki gracinha!!!! Deu vontade de tomá suco de goiaba...e ver alienigenas. haushaushauhsa

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